sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um caso de exorcismo!!!

Se você tem sangue frio não leia!!! O peso dos 80 anos de idade e os sintomas do mal de Parkinson não impediram o papa João Paulo II de enfrentar seu maior inimigo: Satanás, um anjo tão degradado que desafia Deus e tenta desviar a humanidade para o pecado e a infelicidade, segundo a tradição católica. Aconteceu na tarde de 6 de setembro. O pontífice recebeu na Santa Sé uma italiana de 19 anos que apresentava sinais de possessão demoníaca. Ela urrava palavras estranhas e sentia-se agredida por símbolos cristãos, como a cruz. A batalha de orações durou 30 minutos. João Paulo II abraçou-a e rezou para livrá-la da influência maligna. Não chegou a cumprir os longos rituais do exorcismo, que incluem a leitura de textos bíblicos e até um interrogatório ao diabo. Fez o que a Igreja chama de exorcismo menor. Concedeu a bênção, e a garota se acalmou. Horas depois, ela mergulhou em nova crise. Não estava curada.

A identidade da jovem foi mantida em segredo. Sabe-se que ela vive na região da Úmbria, no norte da Itália, e tem surtos desde os 12 anos. Médicos e psiquiatras tentaram, em vão, curá-la. Antes de recorrer ao papa, a garota foi atendida pelo padre Gabriele Amorth, exorcista-chefe de Roma, mas não reagiu aos rituais. Então, levaram-na à Praça São Pedro, para assistir à audiência semanal de João Paulo II. Surpreendentemente, ele decidiu recebê-la. Foi a terceira vez, em 20 anos de pontificado, que o papa assumiu pessoalmente a missão de exorcizar.

Sabe-se pouco sobre o primeiro ritual, ocorrido no final dos anos 70. O segundo combate contra Satanás foi registrado nas memórias do cardeal francês Jacques Martin, morto há oito anos. No dia 4 de abril de 1982, João Paulo II cumpriu as regras canônicas do exorcismo com uma mulher italiana identificada como Francesca F. O cardeal deixou o seguinte relato: “Ela rolava pelo chão, berrando. O papa começou a rezar, pronunciando em vão vários exorcismos, e disse à mulher: ‘Amanhã rezarei uma missa por ti’. Repentinamente, Francesca voltou ao normal e pediu desculpas ao pontífice. Um ano depois, perfeitamente curada, compareceu com o marido a outra audiência com o papa”.

A participação de um pontífice em rituais de exorcismo é carregada de simbolismo. João Paulo II quis reafirmar que o mal existe e os católicos devem combatê-lo. Na Idade Média, quando a medicina era incapaz de diagnosticar doenças psiquiátricas, crises histéricas eram interpretadas como possessão demoníaca e os exorcistas convocados a resolver o problema. Os avanços da ciência moldaram um novo pensamento da Igreja, que relegou o exorcismo a uma atividade quase supersticiosa. O Concílio Vaticano II, em meados dos anos 60, estabeleceu que apenas sacerdotes autorizados pela hierarquia católica poderiam exorcizar. Tais permissões foram extraordinárias. Em 27 anos à frente da Arquidiocese de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns não deu chancela oficial a nenhum exorcismo. “Os casos de possessão são raríssimos”, diz o teólogo beneditino dom Estevão Bittencourt, da Arquidiocese do Rio de Janeiro. O padre jesuíta Oscar Quevedo, especialista em parapsicologia, é mais radical. “Exorcismo não existe”, diz. “Nunca vi um caso que não pudesse ser explicado pela psicologia e pela parapsicologia.”

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